Relação entre produtor e consumidor é destaque em oficina sobre produtos artesanais

O movimento Slow Food prioriza a comida como conexão com o território e a natureza. Foto: Edigeny Barros (Ascom/APA-TO).

Teve início na última terça-feira (5), em Carolina – MA, a oficina sobre Estratégias de Comunicação para Produtos Artesanais, ação pertencente ao fundo Promoção de Paisagens Ecossociais (PPP-ECO) desenvolvido pelo Instituto Sociedade, Produção e Natureza (ISPN) em parceria com a Associação Slow Food Brasil.

O evento reuniu 38 participantes de 10 instituições parceiras ao fundo PPP-ECO com o objetivo de qualificar as organizações para realizar uma melhor comunicação visual e narrativa de seus produtos, buscando gerar maior proximidade entre produtor e consumidor. Uma equipe da APA-TO esteve presente com o intuito de multiplicar o conhecimento adquirido durante o evento.

Abordando a definição do movimento Slow Food e de alimento bom, limpo e justo, a dinâmica da oficina possibilitou a análise interna de cada instituição participante, buscando as memórias afetivas, criando narrativas sobre os alimentos e demais produtos que são e podem ser comercializados nas localidades envolvidas. “Assim o pessoal conseguiu se enxergar dentro desse sistema de produção, o que muda a relação também com o produto. É importante entender como que pode se articular dentro dele, entender o que existe para melhorar e entedenter o que já é bom. Tudo isso implica em qualidade de relações”, disse o Coordenador de Parcerias Internacionais da Slow Food Brasil, Pedro Xavier.

O evento foi finalizado na tarde da quarta-feira (06) de forma precoce após o falecimento de Elson Barbosa de Almeida, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Bezerra de Morais, que estava presente na oficina. A ISPN publicou nota e prestou apoio à família.

Entenda o conceito de Slow Food

Fundado em 1986 na Itália, o movimento Slow Food surgiu em contraposição ao fast food e à padronização do alimento, promovendo a informação dos coprodutores. A articulação é por meio de uma organização ecogastronômica internacional, sem fins lucrativos, que promove o acesso a alimentos bons, limpos e justo (justiça social e acesso à tomada de decisões, sem exploração de quem trabalha no campo e respeitando o bolso de quem compra, valorizando igualdade, solidariedade e partilha) para todos. A missão da organização é a defesa da biodiversidade agroalimentar, a promoção da educação do gosto e a organização de encontros e intercâmbios, e a realização de campanhas.

 O movimento Slow Food prioriza a comida como conexão com o território e a natureza, destacando memória e afeto, história e patrimônio. A comida permeia todas as culturas e muitos rituais, além de definir relações econômicas, sociais e políticas.

Destaca que parte da população vive hoje distanciada da produção e origem do próprio alimento, contribuindo para aumentar um vazio sempre mais largo na relação entre o produtor e consumidor. Uma lacuna ocupada pela indústria e pelo mercado, que assumem o papel de decidir como produzir e como distribuir a comida.

Veja algumas fotos do evento:

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