Núcleo de apicultores promove capacitação sobre apicultura para jovens do Projeto de Assentamento Santa Cruz

No último sábado (25) foi realizado pelo núcleo de apicultores do Setor Retiro, com o apoio da APA-TO, um momento de capacitação em apicultura básica para os/as jovens iniciantes do Projeto de Assentamento Santa Cruz dos Setores Retiro, Sede e São Félix, em resposta a demanda de 11 jovens (destes, duas são mulheres). Uma iniciativa que serviu para fortalecer a agricultura familiar e a agroecologia em meio à pandemia.
Com uso de máscaras, álcool gel e com todos os cuidados necessários recomendados pelas autoridades de saúde, os jovens iniciantes na atividade apícola, receberam os ensinamentos com as contribuições de apicultores experientes da comunidade. “Consideramos que contribuirá tanto para a capacitação da juventude como para a troca de conhecimento geracional”, explica a assessora técnica da APA-TO.
Os jovens participantes receberam ainda alguns equipamentos básicos, como: macacão, caixa de abelha padrão, fumegador, luvas e cera alveolada para iniciarem a  atividade. “Quem trabalha com apicultura não usa veneno e trabalha com o plantio de plantas para aumentar a florada. Além de preservar as reservas que geralmente são destinadas para serem os apiários (local próprio para criação de abelhas). A atividade é também uma fonte de alimento e renda”.

A atividade contribuiu para fortalecer a organização e a  produção agroecológica na comunidade com o envolvimento de novos jovens

O Francisco Cláudio, apicultor do Projeto de Assentamento Santa Cruz, Setor São Félix, ressaltou a importância da atividade. “É importante que os jovens estejam se envolvendo com esses trabalhos de apicultura porque é um trabalho que vai além de gerar renda para as famílias. Ajuda também a gente estar olhando o nosso meio ambiente que se encontra hoje num período de degradação”.
O agricultor reforçou ainda que é uma satisfação grande contribuir para a formação dos jovens da comunidade. “Assim despertam o interesse nessa nossa natureza. Tira renda sem precisar derrubar. Para mim, é uma importância muito grande e espero que durante este e outros anos possamos desenvolver mais trabalhos, e eu vou estar aqui sempre disponível. Eu sempre vou estar disponível para contribuir nesse trabalho de apicultura na região”.
Apesar dos desafios neste tempo de pandemia, a comunidade tem se mobilizado para dar continuidade à produção

Outro apicultor que contribuiu na capacitação da juventude, foi seu Raimundo Carvalho do Setor Retiro. Ele viu nesta ação uma oportunidade de os jovens continuarem o percurso da produção agroecológica.
“Para mim a apicultura é muito importante. Por um lado, tem a agroecologia que a gente vai proteger mais o meio ambiente. O outro lado bom, é que vamos ajudar e incentivar os jovens, e eles contribuem muito com o trabalho da gente. Porque os jovens precisam ser inseridos nesse movimento que nós estamos levantando de novo e contribui com a nossa comunidade”, expõe Raimundo.
A apicultura é um das principais produções agroecológicas das comunidades rurais.

O jovem Ítalo, do setor São Félix, coloca que a apicultura no Setor Retiro veio para ensinar mais. Para ele, a prática da apicultura é comum nos dois setores do assentamento e demais comunidades vizinhas, além de ser muito importante na região do Bico do Papagaio.
“Pois com este encontro a gente troca conhecimento com as comunidades sobre essa prática e aprimora mais nossos conhecimentos sobre a prática da apicultura. Com isso, eu me interessei a participar de um grupo, para poder aprimorar mais meus conhecimentos e trabalhar em sintonia com as abelhas e fazer um pouco de renda familiar”, destaca.
Ítalo ressalta a relevância da atividade em grupo. “Esse grupo é muito importante aqui porque tem muita gente como eu que quer fazer um curso desse e não tem oportunidade. Fazendo o curso posso ter o conhecimento para passar as pessoas que querem aprender sobre essa prática – passar ensinamentos de como é feito e captura de abelhas, criação de mel. O curso é muito beneficente aqui para nós e todo o setor da Santa Cruz”, afirma Ítalo.
Com todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os/as agricultores/as puderam realizar a formação.